Controle de Flutuabilidade

Habilidade fundamental para um mergulho prazeroso!

Frequentemente em minhas viagens pelo mundo subaquático vejo mergulhadores experientes com dificuldades em fundamentos que, como o próprio nome diz, deveriam ser a base para todos os mergulhadores.

Dentre eles, o que acredito ser o de maior dificuldade é o correto controle de flutuabilidade. Sendo assim, resolvi escrever esse texto com o intuito de ajudar você que ainda não dominou inteiramente essa habilidade.

Então vamos lá...

No curso básico, aprendemos que o nosso corpo (sim, todos nós) somos positivos, ou seja, todos flutuamos na água. Sendo assim, para submergir, temos que adicionar peso ao nosso corpo e fazemos isso adicionando chumbo a nossa linha de cintura - o cinto de lastro ou lastro integrado ao colete.

O grande erro que a maioria dos mergulhadores comete, é adicionar excesso de lastro ao corpo. A consequência disso é, que uma vez submerso, o mergulhador precisa colocar muito ar no seu colete para conseguir flutuabilidade neutra. Essa configuração com muito peso na linha de cintura e muito ar no colete leva o mergulhador a uma posição diagonal com as nadadeiras voltadas pra baixo.

Essa posição não é nem um pouco hidrodinâmica, faz com que o mergulhador aumente o esforço para se deslocar e ainda levante uma grande quantidade de suspensão quando próximo ao fundo pois as nadadeiras voltadas para baixo baterão no fundo levantando sedimento.

undefinedMas por que os mergulhadores agem dessa forma?

Aprendemos no curso básico que, para sabermos se o lastreamento está adequado, devemos entrar na água com todo equipamento de mergulho, desinflarmos totalmente o colete e segurarmos uma respiração normal na superfície - nessa situação, caso o lastro esteja correto, nosso corpo deveria flutuar ao nível dos olhos.

Hora, não precisamos ser um ¨Divemaster¨ para perceber que, nessa situação, para iniciar a descida, teríamos que soltar o ar do pulmão.

Acontecem que nossa mente age por instinto e, dessa forma, durante anos, estamos condicionados a toda vez que afundar a cabeça na água, seja ela na piscina ou em um banho de mar, sem pensar, enchemos o pulmão de ar. Sendo assim, quando as pessoas iniciam no mergulho fazem a mesma coisa. De nada adianta desinflar o colete e inflar o pulmão pois ficaremos flutuando eternamente ao nível dos olhos (rs).

O primeiro passo para resolver de uma vez por todas esse fundamento passa por entender esses conceito: ¨Para iniciar a descida no mergulho, é necessário esvaziar o seu colete equilibrador e o seu colete interno, ou seja seu pulmão¨ .

Sempre digo aos meus alunos: ¨reduzam a quantidade de lastro até o limite¨. Se você está colocando muito ar no colete enquanto submerso, você está muito lastreado.

Outro ponto fundamental para um boa flutuabilidade é a respiração. Essa deverá ser lenta e profunda, com enfase na expiração. Fatores de estresse como ansiedade e medo levam a uma descarga de adrenalina que aceleram a nossa frequência respiratória. Essa aceleração faz com que nosso pulmão trabalhe cheio o tempo todo tendo como consequência que o mergulhador não consiga descer e coloque mais lastro. Baixo condicionamento físico também levam a uma frequência respiratória maior e consequente aumento do lastro.

Portanto, mantenha a calma, cuide da sua saúde e faça exercícios físicos regularmente. Só assim você poderá desfrutar de um mergulho seguro, agradável e prazeroso.


Águas Claras e te vejo no fundo!

Por Cadu Parisoto