Computadores de Mergulho e a D.D.

Em qual deles confiar?

Ninguém discute que o mergulho evoluiu demais nos últimos anos. Das torneiras ¨J¨ da década de 80 aos modernos reguladores balanceados, nada evolui tanto quanto os computadores de mergulho. Impulsionado pela era tecnológica, a busca por um maior limite não descompressivo é constante. A estória do mergulho mostra isso, desde que o primeiro homem colocou o rosto na água. Primeiramente foram as roupas de neoprene que permitiram maior isolamento térmico. Os cilindros de maior capacidade, as duplas e os stages aumentaram a quantidade de ar disponível durante o mergulho. O Ar Enriquecido (¨Nitrox¨) aumentou os nossos limites não descompressivos e, mais recentemente, os modernos ¨Rebreathers¨ elevaram esse patamar a tempos jamais pensados. A pergunta é: Até onde vamos chegar ? A que custo?

Quando o assunto é computador de mergulho, vejo com frequência mergulhadores em busca de algoritmos que permitem mais tempo de fundo. A pergunta que sempre deixo no AR em minhas aulas de mergulho avançado e técnico é: ¨Isso é bom ou ruim?¨

Penso que na atualidade, computadores de mergulho são ferramentas essenciais para qualquer mergulhador que queira evoluir dentro do esporte, um equipamento obrigatório e diretamente ligado a segurança. Entretanto, temos que lembrar que essa máquina nada mais é que um modelo matemático e jamais dirá precisamente a quantidade de Nitrogênio absorvida no seu corpo. Fatores como desidratação, cansaço e fadiga, entre outros, pode potencializar o risco de Doença Descompressiva.

O CORRETO USO DO COMPUTADOR NÃO ASSEGURA QUE VOCÊ NÃO TERÁ UMA DOENÇA DESCOMPRESSIVA

Essa mensagem é passada por todos os fabricantes de computadores de mergulho normalmente nas primeiras páginas. Já pararam pra pensar o porquê?

Tenho me esforçado para mostrar aos meus alunos que o melhor computador do mundo é aquele que está entre suas orelhas. Use e abuse do uso dele e mergulhe dentro dos limites e, com uma folga grande por que só assim poderemos desfrutar de um mergulho seguro.

Por Cadu Parisoto